terça-feira, 14 de maio de 2013

O MENINO QUE TUDO VÊ


            Oi pessoal! Hoje quero compartilhar um texto escrito em 2011 inspirado em um bate papo que tive com minha avó e que veio finalizar uma das minhas produções favoritas "Entre Tantas Coisas"
             Fiquem então com o "Beltrano" ou ainda "aquele que tudo vê"
Boa Leitura!

foto: Bruno Tetto / ator: Lucan Vieira / ETC - Wonka Bar - abril de 2011


            Pra que complicar se é tão simples descomplicar? Parece fácil, mas não é. Olha, desculpa mais eu não quero te frustrar, quanto a mim tanto faz, até por que já tanto fez. Agradeço a compreensão.
            Sou conhecido como aquele que enxerga, aquele que olha e que vê. Vou confessar um segredo: nem sempre dá pra enxergar e garantir que aquilo que se vê seja verdadeiro.
            A vida é uma rede de gente, uma rede que balança – vai e vem, vai e vem... lá e cá... Por isso, quando eu não sei o que fazer com as pessoas eu as mato. (pausa) Mato dentro de mim, mato aquele momento, mato aquele instante...
            Bom, estamos aí para aprender e reciclar, não é verdade? Ninguém é tão importante e auto-suficiente assim para se bastar sem ter o outro como referência de si mesmo, ou é? Se eu soubesse a resposta garanto que não estava aqui desabafando e tentando fazer com que me respondessem. 
            Sou uma alma que vaga. Tem vaga? Acha por exemplo que a minha postura diante dessa situação está sendo bem executada ou que eu deveria tentar me policiar por algum motivo que agradaria aos outros? Olha não me responde por que essa resposta só eu sei.
            Repetição: repetir, repetir, repetir, repetir... Lugares, pessoas, atos, de-satos, desastres, fracassos, opiniões, F R U S T R A Ç Õ E S...sei lá... Parece que eu quero libertar a minha alma de certa coisa que tende a me perseguir, e aí? Será que ainda sou aquele que tudo vê? Você consegue me enxergar? Sou eu sim. Sou o que fui e serei o que sou e isso não dá nenhum tipo de garantia!
            Eu me absolvo! M E A B S O L V O! Somente a mim e a mais ninguém, não tenho poder para isso! E se você quiser o meu perdão procura ele aí, deve estar perdido em algum lugar. “SOU METAL... RAIO RELÂMPAGO E TROVÃO!”
            Eu decidi caminhar, mas para isso eu precisei ir além do olhar, mas, ainda eu preciso agir – ponto de partida (risos) e eu achei que aqui era o ponto final! Cadê a outra condução? Sou eu vou conduzir ou...
            ... Alguém vai... vamos... Vou...
            Eu tenho um desejo: “QUE TUDO SE REALIZE” é meu plano, meu projeto é R E A L I Z A R! ... No entanto estou aqui, complacente e paciente verborragicamente chato e complexo para uns e esclarecedor para outros... Mas, eu deixo bem claro que estou inteiro aqui. Dando um pedaço de mim para cada um de vocês e agora vou nessa... Tá tudo meio pesado, mas acredito que essa armadura que me deixa imponente caia e eu me torne um fiapo...            OBRIGADO!
            Segue o fluxo!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

A IGUALDADE E A DIFERENÇA


            

        A igualdade é irmã da diferença. Elas moram em um condomínio: as casas são iguais, mas de cores diferentes, tem o mesmo número de cômodos. Elas decidiram comprar os mesmos móveis, os mesmos utensílios... Só que cada uma delas dispôs de forma diferente seus pertences, cada uma com seu estilo, seu charme, seu gosto.
            O julgamento, um amigo de infância sempre visitava as irmãs em momentos diferentes, nunca as duas juntas, e sempre fazia comparações da disposição das casas, provocando assim a desavença e a não vontade de se relacionar entre elas.
            Há muito tempo, o tio discernimento não as visitava e um dia apareceu. Disse que ficaria 5 dias: 2 dias na casa da igualdade, 2 dias na casa da diferença, sendo que 1 dia passaria com as duas.
            As irmãs muito estranharam essa postura, mas receberam muito bem o tio que em nenhum momento fez algum tipo de comparação, apenas comia e dormia muito bem.
            No último dia pediu que igualdade chamasse diferença para tomar o café da manhã... Assim sucedeu durante todo dia: almoço na casa de uma, café da tarde na de outra... Até chegar o jantar, onde o tio discernimento disse:
            - Fiquei feliz em revê-las! A vovó honestidade ficaria muito orgulhosa de ver que vocês duas estão muito bem! E sabem o que mais me chamou a atenção?
            As meninas que não se falavam há muito tempo arregalaram os olhos e ficaram caladas. O tio então continuou:
            - Foi perceber que embora a casa de vocês tenha as mesmas coisas, são usadas de outra forma. A porcelana que igualdade usou no café da manhã, coube muito bem no jantar de diferença. Assim como o sofá de abrir que diferença usa na sala, está ótimo no quarto de hóspedes de igualdade...
             E ele continuou listando uma infinidade de coisas iguais que faziam a diferença na vida das duas e das pessoas que elas conheciam.
            Após a ida do tio as irmãs se reconciliaram e passaram a receber mais os amigos em casa, nas casas, quero dizer, pois descobriram que poderiam oferecer carinho igual de forma diferente sem julgamento do que seria certo ou errado, melhor ou pior e sim honesto.