quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

ligações de rede

Cada vez mais estou crendo na grande rede que liga as pessoas energeticamente umas as outras. Confiar no fluxo do Universo é extremamente necessário para que tal ciclo se cumpra e os encontros se estabeleçam e também se fortaleçam. As reverberações nada mais são que ecos e sopros vindos do divino, partes do momento que os olhos e a alma pura ganham asas e credibilidade para superar a sustentação capaz de quebrar qualquer negatividade. Portanto, é hora de ver  a vida com positividade e gratidão, sabendo que erros, aprendizados e até as discordâncias nada mais são que degraus evolutivos e permanecer crendo em um único local como absoluto é mera besteira.
Que seja!

sexta-feira, 7 de março de 2014

O FIM, O MEIO E O FUNIL

SERÁ O COMEÇO OU FIM? OU SERÁ O FUNIL?
                                          QUAL É A TRAJETÓRIA QUE PERCORRO E DEVO PERCORRER?
          A ESTRADA É UM GRANDE VETOR, UMA VIA DE MÃO DUPLA E PARA SEGUIR O SEU CAMINHO É PRECISO SABER A IMPORTÂNCIA DE DAR PASSOS. PRIMEIROS PASSOS, EIS                   O DESAFIO: COMO TRANSFORMÁ-LOS EM PASSOS PRECISOS NO DECORRER DO CAMINHO?
                                A VIDA PODE SER SIM CHEIA DE SOM E FÚRIA E QUANDO É FÚRIA?                QUANDO É VIDA? A VIDA É SEMPRE VIDA INDEPENDENTE DA FÚRIA... É O FLUXO,                              O  FLUXO QUE TANTO AMO E TANTO TENHO DIFICULDADE DE DEIXAR FLUIR, MAS ELE SEGUE. NÃO TEM COMO PARAR.

                               COMO EU LI ONTEM EM UMA CITAÇÃO “ NEM TÃO RÁPIDO, NEM TÃO LENTO” , PORTANTO PENSO: É O FIM O CONDUTOR DO MEIO, 
                                                            DO MEIO DO CAMINHO?...

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O Tamanho de Saturno


 ...Pois é... algumas coisas pesam e não pesam pelos outros, não. Pesam pelo tamanho e proporção que damos a elas.
Compartilho uma das minhas cenas favoritas que também  faz parte de uma das minhas peças favoritas ;)

BELTRANA: Achei que o tempo mudaria os seus pensamentos.
FULANO: Ninguém precisa fazer o que o outro quer que ele faça ok?
FULANA: Pra mim tá tudo sempre ok!
BELTRANA: Sempre pra você! Sempre você, você...
FULANA: Não enche! Você sempre me encheu o saco e eu nunca falei nada, mas agora preciso falar: Sempre te achei insegura, chata, inquisidora e uma falsa meiga! Não tenho culpa que o Cicla preferia a mim e não você. Que saco, você ficar remoendo essa história toda até hoje! Quer saber: vai se foder! Foder é o que você precisa! (a Ciclano) Por que você não fode com ela? Ela sempre quis foder com você, sabia? (a Beltrana) Fode, mas fode muito! Fode pra caralho e liga depois pra me contar! Juro que te ouço como nunca ouvi desde que nos conhecemos, sua chata da porra!
BELTRANA: Está mais feliz, agora? Sua felicidade sempre foi querer aparecer por cima dos outros, ter mais razão que os outros, ficar amiga dos amigos dos outros, descobrir os segredos dos outros e usá-los de maneira vulgar nos momentos mais constrangedores.  Você é uma vaca! Sem a menor dúvida é a única pessoa que eu não queria reencontrar. Você não é nada pra muita gente, mas pra mim você é quase do tamanho de Saturno! O que você me causou como pessoa é difícil de esquecer, de lidar! Eu projeto você em muita gente por aí e isso me dificulta pra cacete a convivência! Tomara que um dia alguém te faça se sentir assim! (pausa) E me traz uma tequila!
CICLANA: Gente, vocês tão falando sério?
Silêncio
CICLANA: Não é possível vocês terem guardado esse ranço por tanto tempo. Não é possível que nada possa compensar sei lá o que é que tenha acontecido. Tô falando merda?
Silêncio.
CICLANA: Melhor eu calar a boca
Trilha sugerida após a leitura:

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

DIÁRIO SETEMBRAL


08.09.13

E assim havia seguido o rumo sem saber direito para quê e por que...

Depois de todos os fatos e “desfatos” não tinha tido tempo de olhar para si e buscar em si para renascer em si! A última nota precisava ser tocada e assim desvendar a partitura que havia escrito nos últimos tempos.

Medo! Era a palavra antecedente, mas assim como uma novela épica tudo começava a desenrolar: situações, pessoas... tudo estava assim “tão diferente”.

Começou a perceber que dentro do planejamento o trajeto seria alterado e celestinamente encontraria pedaços perdidos de longa data. Diante do cansaço havia descansado e se sentia limpo e diferente de tudo que tinha ficado para trás em apenas 24 horas!

E a jornada continuaria...

“O regresso era necessário para recolher e reconhecer”

Coração aberto e o resto vêm.

 

09.09.13

“A vida é cheia de esquisitices, mesmo”.

Diante de tantas possibilidades, alguma teria que ser descartada... assim o fluxo celestino continuava. Encontrar com um desdobramento de si mesmo que afasta as pessoas e faz enxergar o que não existe mais é extremamente necessário “a obrigação de um não é a obrigação do outro”

É sempre importante perguntar o que você quer para você e assim ter a certeza da resposta, mesmo que essa certeza não te absolva da culpa – ah... Isso é tão relativo.

 

FRAGMENTOS DE UM SONHO:

Sonhei que minha mãe dirigia enlouquecida e eu estava no banco de trás pedindo que tivesse calma.

Logo depois eu estava em um show. Deixava uma amiga esperando e me enfiava nos bastidores, era bem divertido, mas precisava voltar, mesmo não querendo... me enxergava de longe, do outro lado como se tivesse voltado e pensei “quero ficar aqui!”

Às vezes quando optamos pelo não ao outro estamos nos beneficiando com o nosso “sim”.

Parece que eu entrei em um lugar onde esqueci todos os meus problemas e estou revivendo coisas, redescobrindo. Tô bem tranquilo em saber que posso direcionar cada situação, sim, na medida do possível esse respiro é um mote para reflexão, uma pausa para start de novas possibilidades.

 

10.09.13

UM DESABAFO ACUSTICO

Tive um amigo que sempre quis trabalhar com moda, fazer moda – a beleza era importante para ele, mas mesmo assim não se achava bonito: ruivo, sardento, gordinho e orelhudo. Era considerado “exótico”... Isolava-se do mundo e não acreditava, não se acreditava. Agora eu faço uma pergunta para vocês:

- Alguém aqui acha que uma pessoa com essas características pode ser “top model”

Eu acredito que todo mundo pode ser tudo e qualquer pessoa pode ser e se tornar tudo o que quiser ser. Dá pra ser modelo de vida, modelo de pessoa, de atitude, de personalidade...

A passarela é a vida, a própria vida e é nela que devemos desfilar de cabeça em pé pelas nossas atitudes e posturas, onde devemos quebrar padrões, perdoar, valorizar o outro e SIM, nos orgulhar disso... Segue o fluxo, sempre segue... Segue a vida e assim todos seguem seus caminhos: livres e desimpedidos.

PASSARELA, POR FAVOR!

“A cena é isolada, cada coisa uma coisa e assim nos aproximamos epicamente de um didatismo contemporâneo”.

 

Um filme passou na minha cabeça hoje. Nossa! Tanta coisa aconteceu e se passou, mas as ruas continuavam ali: habitadas por novos sonhos, novas construções, novas conquistas e assim é o ciclo!

A vida é cheia de caminhos e por mais obstáculos que tenham os meus posso afirmar: Não, não tenho problemas diante de uma humanidade tão generalizada e oprimida. Tenho expectativas e ideias de vida!

Olhar para mim e para alguém que esteve perdido e amedrontado no passado me faz ter alegria e vontade de seguir adiante e agora estou diante do meu “eu menino”, diante de um altar de desejos para perdoar meus erros e arcar com as escolhas.

Sim, sigo e sempre seguirei. SEMPRE! Em frente e se assim eu quiser: sempre em paz!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

AGOSTO TAMBÉM PASSARÁ

            E que venha agosto, com gosto e, por favor, sem desgosto...


            Depois do sete vem o oito: a direção e o infinito... Para ir além é necessário saber qual rumo tomar e o caminho muitas vezes transformar. Atalhos aparecem e parecem ser fáceis, mas a estratégia e a maturidade que a retirada do obstáculo traz é que faz a na diferença no desbravar dos caminhos.

            Ah, agosto, com gosto de doçura chegue e me faça sentir o gosto morno e capuccinado que outrora me aqueceu! Não precisa ter pressa, muito menos me mimar, apenas colabore com as transformações ocorridas e com as prestes a chegar...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O MAGO E O CAÇADOR

Segue um conto muito especial e significativo escrito por uma pessoa também especial e significativa, Ricardo Barbosa.
Sugiro que durante ou após a leitura ouçam essa música:

BOA LEITURA!

O mago e o caçador


Andava pela floresta um bravo caçador. Ele havia saido para caçar e já estava longe de casa há muito tempo. Ele não voltaria para casa, até que encontrasse a caça perfeita, e por isso demorava e caminhava horas e horas, por muias léguas. O tempo havia passado as horas haviam passado e ele havia se esquecido completamente de tudo e também de voltar para casa. Como já era tarde, resolveu passar a noite na floresta, para continuar a caçar logo pela manhã. Montou acampamento e logo caiu no sono.
No outro dia, acordou com grande coragem e disposição. Logo cedo, abateu um pequeno animal, preparou sua carne, e comeu. Mas aquela ainda não era a caça esperada e procurada. Banhou-se no rio, e,revigorado, saiu em busca de sua caça, numa região da floresta por onde nunca havia estado antes. Estava muito longe de casa, há muitos dias. Mas não voltaria sem antes conseguir. Tudo era novo e diferente. Árvores altas, com os troncos cobertos por uma estranha gramínea, pássaros grandes voavam e pousavam em suas copas.
Ao andar pela floresta, atento aos rastros de um animal, sentiu que estava próximo. Pelas pegadas, era um animal grande, que havia passado há pouco tempo. Os galhos quebrados, as folhas caidas, as pegadas na terra. Tudo indicava que era chegado o grande momento. De fato, avistou um lindo alce, com a mais majestosa galhada já vista: 12 pontas, bem formadas e fortes, um animal estupendo. Tomou posição de disparo. Mirou sua arma naquela presa. Atirou , mas não acertou. O animal se assustou e correu e o caçador, correu para tentar um novo tiro. Tropeçou e caiu de um alto barranco, rolando morro abaixo. Bateu-se contra pedras, foi jogado contra as árvores. Viu-se caido no chão. Ferido, machucado. Sentia dores nas pernas, nos braços, em todo o corpo. Sentiu sangue escorrer em seu corpo. Tentou se levantar mas não conseguia. Ficou caido. Caido por mais e mais tempo. Não conseguia se levantar, não cosneguia se defender. Até que adormeceu. O sono o dominou, ficou sujeito ao frio, a fina garoa, aos perigos de mais uma noite na floresta. Nem mesmo sabia onde estava, nem mesmo saberia voltar pra casa. Como voltar por que voltar? Sem a caça que foi buscar, sem levar o que tanto esperavam. Melhor mesmo seria não voltar. Adormeceu.
Adormeceu com a coragem de quem não tem medo de adormecer, de estar jogado à própria sorte.  De alguma forma, tinha a certeza, de que nada de mal aconteceria. De que nenhum animal perigoso o encontraria. Que nenhum ladrão apareceria. Não teve medo do frio, não teve medo da noite. Adormeceu.
No outro dia, acordou. Ainda no mesmo lugar, de onde não conseguia sair. Olhava para o alto, apenas via árvores, ouvia o canto dos pássaros.  Pássaros cantavam e voavam. Faziam uma dança aérea, como se fizessem o tempo passar. O caçador concentrava-se nos pássaros. Olhava seu movimento e tentava cantar junto a eles, mas a dor não permitia. O simples movimento do ar causava-lhe dor. Tentou arrastar-se para uma árvore, mas continuou jogado no caminho. Sentia suas pernas quebradas.
Adormeceu novamente, como forma de não sentir mais dor. Obervava os pássaros, como forma de não perceber o tempo passar. Até que ouviu sons que não eram pássaros.
Aproximara-se um homem. O homem era um mago, que andava na floresta colhendo ervas para suas poções. Junto a ele vinham dois outros, mais jovens, seus aprendizes. Os três viram o caçador e o socorreram. Deram-lhe água, limparam-lhe as feridas. Colocaram-no em sua carroça e o levaram para a casa do mago, que ficava próxima.
Lá, ele foi colocado na cama. Foi limpo, alimentado. Suas feridas foram cuidadas. Sua perna quebrada foi imobilizada. O mago servia a ele chás e poções para sua melhora e sua recuperação. Neste dia, pensou novamente ter nascido. Sentiu novamente o conforto de uma cama macia, de um quarto quente, de uma boa comida e teve a sensação de ser cuidado e de ser importante. Sentiu um novo sentido na vida. Não se importava mais com caça não capturada.  Pensava em voltar pra casa, mas não podia. Sua perna ainda quebrada não lhe permitia movimentar-se. E também não se lembrava o caminho de casa.
O mago permitia que ele ficasse e insistia que ficasse todo o tempo que precisasse. Para tornar seus dias melhores, o mago promovia saraus em sua casa. Fazia demonstrações de sua magia, ensinava-o os segredos da mágica e da cura. Todas as noites, um grupo de magos, aprendizes, cavaleiros, jogadores e músicos reuniam-se junto a ele, para alegrá-lo e fazer dele um homem mais feliz.
O mago o envolvia cada vez mais, com sua magia e com sua energia. E cada vez, mais, a vida naquela casa o envolvia e ele se sentia pertencer a esse novo mundo. Porém sua posição sempre sentado, sem conseguir se movimentar, tornavam-no um homem que se sentia dependente. Sentia sua perna melhorar a cada dia. Sentia suas forças voltarem a cada momento.
As noites que passava com o mago eram cada vez mais agradáveis. Sentia grandes emoções, alegrava-se quando o mago chegava, mostrava sua magia e o encantava com sua bondade e com seu magnestimo, que atraia as pessoas para perto de si mesmo. Sua casa, sempre alegre e cheia de amigos energizava e atraia a todos que por lá passavam. Todos que lá chegavam, se sentiam bem e queriam ficar.
O caçador, que ficava lá todo o tempo, era cada vez mais e mais tomado por essa boa energia, era cada vez mais e mais envolvido numa aura de amizade e sentimentos que existiam naquela casa.
Sentia que sua perna estava melhor. Não havia mais nenhuma marca, nenhuma cicatriz. Numa manhã, passava a mão em sua perna e sentia que seus músculos estavam bem. Que seus ossos estavam bem. Todas as cicatrizes estavam fechadas. Tudo estava curado. Nesse dia se levantou. Andou lentamente pelo quarto. Chegou à porta, caminhou pelo jardim. Á medida que caminhava, sentia-se cansado e voltava para casa. Fez isso repetidos dias. Todas as manhãs. E sempre sentia que após certo tempo de caminhada, o cansaço o dominava e ele voltava novamente para dentro da casa.
Intrigado, não se conformava. Por que não conseguia sair do jardim e se afastar? Sentia seu forte corpo reestabelecido, suas pernas estavam bem. Mas a cada dia um suas forças chegavam ao limite quando se fastava da casa. Não se afastava para ir embora, mas apenas para caminhar e ver a floresta. Mas não sabia mais se queria ir embora, ou se queria ficar. Apenas percebia que de alguma forma, um limite energético estava formado. A cada dia conseguia ir um pouco mais longe, mas nunca se afastava completamente da casa.
Uma noite, perguntou ao mago: - Por que não consigo me afastar da casa?
- É o que você quer? Perguntou o mago
- Quero apenas caminhar, ver onde vou. Quero ir, apenas.
- Para onde? O mago perguntou
- Apenas quero ir, insistiu.
- Vai voltar para casa? Vai tentar achar o caminho? Indagou o mago.
- Não sei. Apenas preciso ir. Sinto que tenho que caminhar. Tenho que caçar novamente.
O mago ficou em silêncio foi dormir. E o cavaleiro também adormeceu.
No outro dia, o mesmo limite. Apenas um passo a mais. E nesta noite, outro diálogo com o amigo mago:
- Sinto-me como magnetizado por esse lugar. Quanto mais me afasto, mais me canso. Sinto que meu limite chega e não vou mais. Mas a cada tentativa, ando um pouco mais. É como se o limite se expandisse com a minha vontade de ir. Mas caio, fraco. E tenho que voltar. E voltando, fico novamente forte. Quanto mais perto desta casa e de você, melhor me sinto. Mas ao mesmo tempo, sinto que tenho que ir.
- Por que tem que ir? Caçar o alce? Não lhe basta a comida e a glória que tens em minha casa?
- Por que tenho. Sei que tenho. Não sei onde estou. Não pertenço a este lugar. Falava sem certeza.
Pertece a onde quiser. Vai saber onde está, quando quiser estar. Não tem medo do frio e da solidão da floresta? Dos animais perigogos? Dos ladrões? Perguntava calmamente o mago.
- Não quero mais ficar. Obrigado por tudo o que fez, e tem feito. Obrigado por salvar minha vida, mas tenho que ir. Nem mesmo sei se conseguirei voltar, mas tenho que tentar. Se não tentar, nunca saberei. Este lugar me atraiu com sua magia, me magnetizou e me chama a ficar. Ouço esse chamado, mas também ouço meu alce na floresta. Tenho que buscá-lo. Tenho que encontrá-lo.
- Mas nem sabes mais se ele está vivo. Se ele existe. Se vai encontrar o mesmo alce que viu. E se você se ferir nessa busca? Perguntou o mago em sua aura de tranquilidade.
- Mas nunca saberei ficando aqui.
- E precisa saber? Quando você veio para cá, sua energia re harmonoizou a energia dessa casa. Por causa de sua chegada, novas pessoas chegaram, para que toda a energia do lugar se completasse. Por sua causa novas pessoas vieram e outras se foram. Essas novas pessoas trouxeram sua energia e todas essas energias se harmonizaram com a minha. E minha magia aumentou. O poder que o curou veio desse equilíbrio energético, que você mesmo fez acontecer. E agora, você faz parte de um ciclo que se formou. E que só existe por que você esta aqui, enquanto você está aqui. A cada passo que você dá, esse poder faz você voltar. Ao mesmo tempo em que o alce atrai você para ele. O ponto em que você sente o limite de suas forças é o ponto de exato equilíbrio, entre a energia que te leva e a energia que te traz de volta. Só você define onde é esse limite.
Caso você vá, vai faltar um ponto energético. Minha magia diminuirá, muitos deixarão de vir, e outros podem vir. Eu sou o centro de todo o poder que todas as pessoas concentram. Eu sou a conexão entre todos. E eu quero que fique. Para que juntos, sejamos mais fortes. Ficando aqui, nada nunca lhe faltará. Terá a certeza de uma cama quente, de um amor incondicional, de amigos leais. Boa música, boa comida, bom vinho. Saúde, paz, ouro e felicidade. Enquanto você estiver aqui, minha magia proverá tudo o que você precisar.
O caçador compreendia e se maravilhava com tudo. Tudo fazia sentido. Pensar numa vida tranquila para sempre. Sem medos, sem tristezas, sem angustias, sem dores. Nas noite seguintes, o caçador tocava harpa junto com os convidados, bebia vinho, comia e jogava. Mas ouvia ao longe o alce que corria e pastava em algum lugar da floresta.
Pediu ao mago: deixe-me ir. O mago respondeu: deixe-se ir. Mas não vá. Fique, eu te peço. Precisamos de você. Lhe dou os segredos da magia, lhe dou os segredos do universo. E os segredos do amor. Mas fique.
Deixe-me ir, eu lhe peço. É você que me prende. Enquanto pensa que devo ficar, sua magia se fortalece, e me impede de transpor o limite. A floresta me espera. Eu espero a floresta. Eu preciso dela, assim como preciso de sua casa. Eu preciso ir, assim, como preciso vir. Eu preciso da sua segurança, mas preciso me arriscar a caçar. Sou um caçador. É só o que sei fazer. É para caçar que sai de casa. Não existo sem a floresta, não existo sem buscar o alce.  Nem sei mais se tenho casa, se tem alguém que me espera. Mas eu preciso ir. Somente indo, saberei se quero voltar. Ou que não quero. A certeza de ficar, faz de mim alguém menor. Eu aumento a força da comunidade, mas minha força é minada e exaurida.
O mago entristeceu-se: eu te dei minha magia, te dei meu tempo, te dei meu universo. Salvei tua vida. Todos pedem que você fique. Todos precisam que você fique. E apenas pensa que precisar ir. Tudo o que precisa terás aqui, não vês? Não lhe é o bastante? Não te deixo ir. Teras que ficar, terá que gostar de ficar. Aprenderá a amar meu mundo e tudo que nele existe.
O caçador passou mais uma noite na casa do mago. Como sempre descansou,e o sono foi reconfortante.
No outro dia, ao tentar caminhar, chegou ao ponto do seu limite. A cada passo, sentia seu corpo mais pesado, sentia que o chão o puxava pra trás, sentia menos ar para respirar. Continuou a caminhar. Insistindo nisso, e seguiu. Avistou o ponto em que na última vez perdeu as forças, estava quase lá. E a cada passo, sentia seu corpo pesar mais, e uma força ainda maior o atrair de volta para a casa. Ouvia em seus pensamentos: volte. Fique. Mas corajosamente, deu mais um passo e chegou até o limite em que tinha conseguido chegar na manhã de ontem. Sentia-se totalmente sem forças.  Caiu no chão. Pensava na bondade do mago, pensava no tratamento que teve, em sua recuperação, desde que havia chegado ali. Pensava em todas as pessoas, que ficavam mais tristes a cada passo que ele dava. Pensava na boa comida, na boa música. Continuou no chão  e descansou. Sentiu o cheiro da comida e teve vontade de voltar para comer. Mas permaneceu sentado. Neste ponto, sentia o cheiro da floresta, ouvia os pássaros cantando, via-os dançando no ar. Ouvia os sons dos animais, percebia seu movimento. Ouvia a água correr no riacho. Perguntava-se se o alce estava por ali.
Reuniu suas forças, mas sentia-se fraco. Naquele lugar, ele era forte e fraco, sentia-se alegre e triste, sentia corajoso e cheio de medo, sentia-se sábio e louco. E finalmente deu mais um passo em direção à floresta.
E sentiu-se forte novamente. Muito forte e certo a seguir em frente. Avistou o alce. Olhou para trás e viu o mago na porta da casa. Acenou para o mago e sorriu. O mago acenou e sorriu.

Seguiu em frente.