FELIPE: Depois de tudo aquilo, hoje venho falar de saudade. Coisa mais
clichê essa coisa de sentir saudade de alguma coisa! É que acordei meio
nostálgico, não sei se foi o céu azul e o vento gelado, os sonhos
que tive nos últimos dias, ou ainda, a
sensação de ter esquecido alguns hábitos que me faziam bem. Talvez eu deva
reencontrar comigo, deva ir pra algum lugar que eu nunca tenha ido, ou
simplesmente eu deva me conectar, RECONECTAR, com situações que não possa mais
reviver... me deu saudades de quando eu ligava para a minha avó simplesmente
para confidenciar alguma coisa ou pedir a receita de algum bolo ou de um assado
que uma tia havia lhe passado. Saudades de papos nos sofás coloridos da casa de uma
amiga em momentos perdidos em Perdizes. Saudades da janela de uma rua paralela a
Paulista, onde um gato ficava horas olhando um céu de neblina poluída. Tentei
acender velas e incensos,mas não eram as mesmas do apartamento térreo com
roseiras na janela. Hoje quando acordei e olhei meus pés com algumas veias a
mais refleti sobre o processo da caminhada e de como o tempo passa. Embora
algumas coisas fiquem, nunca serão como antes. "DEPOIS DE TUDO
AQUILO" eu me pergunto se tudo isso faz sentido.
O telefone toca.
Maio de 2012
Maravilhoso!!! Saudade infinita...
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