Tinha desistido, ou pelo menos
pensado em desistir... Embora a desistência não se enquadrasse ao se perfil, a
dor dilacerante tomava conta de tudo, dos músculos, da cabeça, dos ossos, do
corpo, do coração e da alma. Eram incertezas e perguntas sem fim e no meio de
tudo isso não havia possibilidade de começo ou talvez uma falta de visão para
tentar recomeçar.
A câimbra já o visitara muitas vezes,
mas nunca tinha sido tão cruel e insuportável. Era insustentável carregar a
armadura que além de pesada estava enferrujada e cheia de pedaços que não
deveriam mais compor o uniforme de batalha.
Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii,
Ahhhhhhhhhhhhh, hããããããããã? Suspirou e lamentou muitas vezes. Quem nunca
suspirou na vida, seja pelo motivo que for que suspire agora ou lhe dê um
suspiro doce para tentar reencontrar a doçura da vida.
Algumas coisas são peculiares e tem
de ser individualmente vivenciadas pelo ser. Outras coisas não são peculiares e
nem pertencentes ao indivíduo, mas tem que ser vivenciadas.
Além ou aquém? Aquém do além: assim
se sentia. Em noite de dor dilacerante um nervo faleceu, o que é um nervo
diante de um ser? Matéria não compõe alma, mas alma é essência do ser e essa
tem de ser alva, salva!
Num mar intenso e imenso ondas vêm e
vão e coisas vão e vem. Perguntas sem respostas e respostas sem certeza, o que
esperar da vida? O que se constrói pra ela.
Humberto Gomes
Curitiba, 5 de maio de 2012.
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