sábado, 5 de maio de 2012

QUESTÕES ALÉM DO AQUÉM



            Tinha desistido, ou pelo menos pensado em desistir... Embora a desistência não se enquadrasse ao se perfil, a dor dilacerante tomava conta de tudo, dos músculos, da cabeça, dos ossos, do corpo, do coração e da alma. Eram incertezas e perguntas sem fim e no meio de tudo isso não havia possibilidade de começo ou talvez uma falta de visão para tentar recomeçar.
            A câimbra já o visitara muitas vezes, mas nunca tinha sido tão cruel e insuportável. Era insustentável carregar a armadura que além de pesada estava enferrujada e cheia de pedaços que não deveriam mais compor o uniforme de batalha.
            Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Ahhhhhhhhhhhhh, hããããããããã? Suspirou e lamentou muitas vezes. Quem nunca suspirou na vida, seja pelo motivo que for que suspire agora ou lhe dê um suspiro doce para tentar reencontrar a doçura da vida.
            Algumas coisas são peculiares e tem de ser individualmente vivenciadas pelo ser. Outras coisas não são peculiares e nem pertencentes ao indivíduo, mas tem que ser vivenciadas.
            Além ou aquém? Aquém do além: assim se sentia. Em noite de dor dilacerante um nervo faleceu, o que é um nervo diante de um ser? Matéria não compõe alma, mas alma é essência do ser e essa tem de ser alva, salva!
            Num mar intenso e imenso ondas vêm e vão e coisas vão e vem. Perguntas sem respostas e respostas sem certeza, o que esperar da vida? O que se constrói pra ela.

Humberto Gomes
Curitiba, 5 de maio de 2012.

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