V
RETOMADA
Depois de tantas ilusões, Aira sentia
que estava encontrando seu eixo. Há
muito tempo buscava o que não sabia em muitos lugares, mas sua entrega a magia
natural naquele período lunar de perdas de esperança foram primordiais. Olhou
de dentro pra fora e de fora pra dentro tudo que acontecia, soube que não seria
mais envenenada pela culpa pois o amor que sentia pela vida era mais valioso
que qualquer mediocridade que a fizesse duvidar.
Mostrava a todos que viver com clareza
era muito melhor, mesmo sabendo de seus erros, mas como dizia Veridiana:
-Que nunca errou, minha querida?
Encontrou Anália e Anabel e lhes disse
que havia duvidado de tudo.
-Duvidou? Atravessou esse Reino todo em
prol de um ideal, venceu a culpa, despertou o amor, chegou até Cristalle e
duvidou? Indagou Anabel.
Anália amorosamente argumentou:
-Você voltará a Crstalle e ele estará a
sua espera, não duvide das palavras de uma cigana, muito menos das palavras da
Senhora do tempo, não foi ela que a visitou?
Aira recebeu das ciganas uma caixinha
com um pó prateado que se jogado no ar poderia quebrar qualquer gelo que
existisse, mas só na hora certa. Sabia que quando tudo estivesse correndo no
seu fluxo ela viajaria e até o fim do ano Lunar tudo se concretizaria.
Seguiu animada e bem menos ansiosa que
no início da jornada, pois aprendera nunca mais duvidar do que estava traçado e
dependia somente dela concretizá-lo. Estava em suas mãos: adiantar ou atrasar.
A busca continua, peregrinos iam na
direção Norte, mas seu coração ia leva-la novamente rumo ao Sul...