quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

CONTOS DO VENTO SUL - 2a parte


II
A JORNADA DE AIRA


            Os primeiros raios da aurora despontavam no céu, e as estrelas se recolhiam pouco a pouco, a doce princesa estava munida de coragem e pronta para partir segurando firme um grande galho dado por Veridiana, que lhe assegurou:
         -Este galho irá protege-la. Quando precisar invocar o vento erga-o para
cima e clame por Zurieu, o Senhor dos Ventos te guiará; aproximando o galho da terra encontrará segurança para seguir adiante, mantenha sempre os pés no chão! Em choque com outros galhos terá fogo para aquece-la, o mesmo fogo irá impulsioná-la para seguir em frente; colocando-o na água medite clame por Selene Sra da Lua e sua intuição ficará mais aguçada, e acima de tudo siga sempre seu coração.
Que os guardiões da chama verde –limão esclareçam sempre seu caminho filha, clame pelos guardiões da chama violeta para que te purifiquem e transmutem suas fraquezas, pois elas sempre surgem. Que a corte de Mikael  te acompanhe em sua jornada!
         Seguindo seu caminho Aira lembrava de  cada palavra proferida por Veridiana. Os dias passavam a cada instante uma novidade acontecia e mal podia imaginar a princesa o que encontraria no seu tortuoso caminho.

Tem amor e tem dor
Na fábula do vento do sul
O destino encontrará
Não há como evitar
Você vai se emocionar
São histórias de arrepiar
Por isso abram seus corações
Para a fábula do vento do sul

         O caminho brilhava e uma voz lhe dizia:
         -Algo está morrendo e uma nova pessoa está nascendo, no passado o sacrifício, o oferecimento, mas a roda da vida gira valorize a coroa interior  que carrega consigo, o equilíbrio permitirá a você nutrir a força.
Aira estava confusa, para ela ainda existiam regras; ela desconhecia a  flexibilidade das  alternativa, das exceções era preciso quebrar esses valores para poder encontrar o amor. Mas como?
         No convívio com seu povo, a princesa conheceu e aprendeu coisas jamais imaginadas, passou aceitar-se e a reconhecer-se como nunca sem se culpar. Conhecera Thiara que se tornou sua fiel companheira e confidente.
         A garota tinha quatorze luas e era a única sobrevivente do combate do Reino de Túria, onde havia perdido seus pais.
         Nessa Guerra a Feiticeira das sombras, Liene enviou os cavaleiros Negros e suas Druskas para envenenar o povo da aldeia, tudo isso para vingar a não concretização de seu amor com o Camponês Mouro. Com a culpa instalada nos corações a união de Túria ficou ameaçada e os ataques uns com os outros eram constantes: vinganças, traições, abuso de poder. Thiara tinha sido batizada por Mikael, então levava o toque da luz azul no meio de suas sobrancelhas, era  também protegida por Selene que a tinha resgatado e cuidado de seus ferimentos. Quando a garota estava curada Selene a enviou em missão para a cavalgada da vida, deixando-a na guarda das estaleiras ciganas: Anália e Anabel.
Um dos grandes passos da missão de Thiara era auxiliar Aira, estava escrito.
         A viagem de nossa guerreira era cheia de aventuras e desventuras, o encontro com as ciganas foi de suma importância, pois possivelmente seriam as primas de seu amor, mas nada era garantido e a princesa munida de força precisava seguir adiante. Tão pouco importava agora essas possibilidades mas o encaixe das peças, fatos, pessoas e situações em sua vida e como lidar com elas generosamente.
         O contato com as rochas e a água salgada fizeram com que suas idéias amadurecessem. Por lá conheceu  o Príncipe Lagúnio que lhe propôs casamento. De lá ela teve que sair fugida não por que o desprezasse, nem tão pouco por não sentir nada por ele, mais ainda era pouco mas e não era suficiente para juras eternas, ela precisava olhar e sentir algo que lhe subisse a espinha e florescesse o cérebro, coroasse a alma. 

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